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O QUE A BÍBLIA NOS FALA SOBRE ELEIÇÕES

Esse é um tema que causa muita discussão, principalmente no meio cristão. Devemos somente votar em pessoas que não professam a mesma fé que a minha? Pastor pode ser candidato? Como devo escolher meu candidato? Nossa liderança pediu para votar num candidato, se eu não votar nele, estarei sendo rebelde com meus líderes?

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O que a palavra de D-us nos ensina sobre isso?

No início da Parashá Shofetim que está em Deuteronômio 16:18-22 está escrito, de acordo com a versão da Torá que foi traduzida diretamente do hebraico:

"Juízes e polícias designarás para ti em cada uma de tuas tribos, em todas as tuas cidades que o Eterno, teu D-us, te dá, e julgarão o povo com reto juízo.

Não torcerás o juízo, não farás distinção de pessoas e não tomarás suborno, porque o suborno cega os olhos dos sábios e subverte as palavras justas.

A justiça, e somente a justiça, seguirás, para que vivas e herdes a terra que o Eterno, teu D-us, te dá.

Não plantarás para ti nenhuma Asherá nem árvore junto ao altar do Eterno, teu D-us, que farás para ti.

E não levantarás para ti Matsevá (altar pagão feito de pedra), porque o Eterno, teu D-us odeia".

 

O povo de Israel elegia juízes e polícias, ou seja, pessoas que julgavam e prendiam outras em caso de algum ato ilícito. Os Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais, Governadores, Deputados Federais, Senadores e a Presidência da República são considerados, atualmente, como juízes, pois eles estão julgando ações para o nosso bem-estar e melhoria. Pelo menos seria essa principal função deles, o que infelizmente no Brasil não acontece, pois eles têm preocupado mais em julgar suas próprias causas. Mas de qualquer forma, o Eterno manda que “designemos” juízes , e isso é um mandamento.

 

Não podemos deixar de votar ou mesmo votar em branco. Essa atitude não isentará a pessoa do mal que sobreviverá caso a pessoa eleita seja má.

 

Ao analisarmos o versículo 19, Ele esclarece que o “juiz” deve ser uma pessoa que não torça o juízo, ou seja, não faça julgamento errado e que seja honesto. A segunda característica que o Eterno nos dá é que o mesmo não “faça distinção”, ou seja, não faça “acepção” de pessoas, e deve ser uma pessoa não preconceituosa. Sabemos de países onde isso acontece constantemente, pessoas são mortas pela cor, pela crença e etc. A terceira característica que “não tome suborno”, que não venda seu voto, não mude sua opinião em troca de “dinheiro”. A quarta e última característica, é que essa pessoa seja “justa”.

 

Como encontraremos esse tipo de pessoa para nos liderar?

Sabemos que não é fácil, infelizmente os políticos brasileiros, na sua maioria, são totalmente contrários a todas essas características que o Eterno determinou. Eu creio que existem pessoas com o chamado político que tenham essas características, mas que estão totalmente cobertos pelos maus que tentam governar sobre nós. Hoje, para podermos encontrar pessoas assim, temos que pesquisar, sondar sua vida, seu passado e não podemos simplesmente votar numa pessoa sem antes conhecê-la: “...pelo fruto se conhece a árvore...” (Mateus 7:17-20).

 

Em diversas situações eu presenciei pessoas, na época das eleições, na fila para votar pegando folheto aleatório no chão e votando nessa pessoa. É uma atitude de irresponsabilidade, pois ela estará elegendo uma pessoa que não conhece para dominar não só sobre ela, mas também, caso essa pessoa seja eleita, sobre outras pessoas também. Foi por isso que na sequência temos os versículos 21 e 22, onde o Eterno menciona sobre “não plantar nenhuma Asherá..”. O que tem a ver eleger juízes e plantar uma árvore no altar? Estudando o Midrash, método homilético (pregação ou formação textual) da exegese (interpretação crítica) bíblica, esse termo também se refere à compilação integral dos ensinamentos homiléticos sobre a Bíblia. Temos um comentário que diz: “Aquele que empossar um juíz indigno para julgar a coletividade, é como se plantasse uma árvore idólatra em Israel” (Talmud – Sanedrin 1,2). Isso significa que o Eterno julga uma pessoa assim como um idólatra é julgado.

 

Em 1 Tm 3:1-10 o Apóstolo Shaulo fala sobre o carácter de um Bispo e do Diácono, vejamos:

"Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;

Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;

Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia

(Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?);

Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.

Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.

Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância;

Guardando o mistério da fé numa consciência pura.

E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis".

 

Naquela época os Bispos e Diáconos eram como juízes no meio da Congregação, eles tinham autoridade de julgar causas. Há uma preocupação do Apóstolo quanto a pessoas que estão na frente da Congregação.

 

Existem pessoas cristãs que procuram não discutir ou mesmo pensar nesse tipo de tema, usando como referência o que está escrito em Romanos 13 “Toda alma esteja sujeita às potestades…”. Sim, a partir do momento em que você elege uma pessoa, tem que respeitá-la e ser sujeita a ela, mas não proíbe de fiscalizarmos essa autoridade e exigir dela que cumpra as suas obrigações diante daquelas pessoas que a elegeram.

 

Gostaria de salientar o que está escrito em Lv 5:1 que diz: “...e quando alguma alma pecar: sob juramento, sendo testemunha de um fato por ter visto ou sabido; se não o denunciar, levará seu pecado. ” O que significa esse versículo? Caso uma pessoa peque, sendo que essa pessoa estava sob “juramento” e você souber ou presenciar e não denunciar, você também será julgado como se cometesse o mesmo ato que essa pessoa cometeu. A palavra “juramento” tem o sentido de que ela descumpriu uma “palavra” que não iria fazer aquilo. Todos os nossos governantes fazem um juramento. Não podemos e não devemos ficar calados diante das atrocidades, mentiras, roubos e etc que eles cometem contra nós. Devemos sim orar para os nossos governantes, temos o dever de todos os dias levar diante do Eterno aqueles que são nossos Juízes.

 

Existe uma benção que é recitada de manhã (shacharit), à tarde (mincha) e à noite (ma'ariv) chamada de Hashivá – Benção do Retorno a justiça, que diz o seguinte: “Restitui os nosso juízes como outrora, e os nossos conselheiros como nos primeiros tempos. Tire de nós a aflição e a tristeza, e reina sobre nós depressa, somente Tu, ó Eterno, com graça e com misericórdia, com caridade e com justiça. Bendito sejas Tu, Eterno, ó Rei, que amas a caridade e a justiça”. Nesse momento eu elevo meu pensamento para todos os nossos governantes, colocando-os diante do Eterno, pedindo a Ele, inclusive, que me dê sabedoria para que nas próximas eleições eu saiba escolher o melhor juiz para dominar sobre mim.

 

Estamos no ano de 2018 e estaremos elegendo pessoas para se tornarem juízes sobre nós. Não votem em pessoas que vocês não conheçam sua integridade, procure sondar todas elas. E aproveito respondo sobre as perguntas que fiz no início desse estudo.

 

Devemos somente votar em pessoas que não professam a mesma fé que a minha?

A palavra não diz nada a respeito sobre isso, desde que a pessoa que você votou tenha as características definidas pelo Eterno para ser um juiz. Eu procuro, logicamente, pessoas que professam a mesma fé que a minha, até por uma questão de a pessoa ter o mesmo princípio que eu tenho, mas se não encontro ninguém que professa a mesma fé que a minha que preencha os requisitos, voto tranquilamente em outra que professa uma fé diferente.

 

Pastor pode ser candidato?

Pode haver casos de pessoas vocacionadas ao serviço público, mas afirmo que não acredito que existam “pastores especiais que trocam o santo privilégio de ser pregador do Evangelho eterno por um cargo público qualquer”. Para mim, caso o pastor deseje candidatar-se, que deixe o pastorado e não misture o ministério com o serviço público e que não barganhe a fé, nem confunda as pessoas que o seguem. Acho impossível que uma pessoa tenha condições de administrar seu ministério e ao mesmo tempo ser político. Creio que se um pastor se candidata a um cargo político, no período que ele exercer seu mandato, logicamente não perderá seu título, mas não deverá exercer o ministério.

 

Como devo escolher meu candidato?

Essa questão já foi respondida acima. Antes de votar, devemos conhecer bem a pessoa em que estamos votando.

 

Nossa liderança pediu para votar num candidato, se eu não votar nele estarei sendo rebelde com meus líderes?

O voto é algo pessoal e intransferível. A palavra não nos condena por não votar em pessoas que não foram indicadas pelos seus líderes. Você não estará sendo rebelde ou mesmo pecando, caso vote de acordo com os critérios definidos pelo Eterno. Infelizmente temos muitas denominações que deturpam a palavra para atingir seus objetivos. O voto é secreto de acordo com a lei. Não se venda e não deixe que sua liderança te obrigue a fazer algo que você não acha correto. Devemos sim, ouvir e analisar com toda sabedoria as sugestões que eles nos fazem, mas isso não significa que temos que concordar com eles. O fato de não concordamos significa rebeldia junto à liderança.

Antonio Carlos Alberto Ferreira

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